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Publicado em 26-11-2015 00:00
A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Minas Gerais (FICCO-MG) desarticulou, nesta quinta-feira (26.11), uma organização criminosa especializada em roubo de cargas e receptação, que atuava em rodovias de oito estados brasileiros e no Distrito Federal e deu prejuízos superiores a R$ 30 milhões. Os mais de 300 policiais civis, militares, federais e rodoviários federais que participam da operação nos estados já haviam prendido, até às 17h desta quinta, 33 pessoas.
Composta pela Polícia Rodoviária Federal, Polícia, Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, a FICCO é coordenada pela Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS) de Minas Gerais. Nesta operação, a Força Integrada contou, ainda, com o apoio da Secretaria de Estado da Fazenda e da Agência Nacional do Petróleo.
A rota de atuação de quadrilha presa nesta quinta eram as rodovias federais, principalmente as BR’s 040 e 050. As cargas mais visadas eram combustíveis, cervejas, medicamentos e carnes. A escolha por estes produtos acontecia, segundo as investigações, pela facilidade da receptação. Por esta razão, a operação foi batizada de Catira, em referência às palavras troca e escambo, na linguagem popular.
As ações da Catira começaram por volta das 6h desta quinta, com o cumprimento de 51 mandados de prisão e 50 mandados de busca e apreensão de forma simultânea nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Pará, Espírito Santo, Goiás, Bahia, Tocantins e Distrito Federal. Os mandados foram expedidos com base em dois Inquéritos Policiais que tramitam na Justiça Estadual, na comarca de Uberlândia.
Além das 33 prisões, foram apreendidos carros de luxo, embarcações, armas, dinheiro em espécie e veículos em fase de desmanche. Os presos foram encaminhados para Uberlândia, no Triângulo Mineiro, onde ficarão à disposição da Justiça.
Eles responderão pelos crimes de organização criminosa, roubo, cárcere privado, lavagem de dinheiro e receptação, cujas penas somadas superam 30 anos de prisão. Todos foram ouvidos na delegacia da Polícia Federal de Uberlândia e, posteriormente, encaminhados para o Presídio Professor Jacy de Assis, no município.
Modus Operandi
Os integrantes da quadrilha, chamados também de “homens-aranha” por membros da facção criminosa, subiam nas carrocerias dos caminhões e provocavam pane nos veículos em circulação nas estradas brasileiras.
Quando o motorista parava na rodovia para verificar o que estava acontecendo, ele era rendido, sequestrado e tinha a carga roubada. Os condutores só eram liberados do cativeiro depois que os criminosos faziam o transbordo da carga e davam uma destinação para os caminhões.
A organização criminosa vinha sendo investigada há aproximadamente sete meses e durante este período foram identificadas diversas ocorrências de roubos de cargas atribuídas ao grupo criminoso.
“A quadrilha funcionava como uma empresa. Tinha, inclusive, uma divisão de tarefas bem definida: núcleo financeiro, núcleo contábil, núcleo armado e núcleo logístico. Os criminosos atuavam de modo dinâmico”, ressaltou o delegado da Polícia Federal, Caio Porto.
Trabalho conjunto
De acordo com o coordenador geral de operações da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, a forma de atuação e a articulação da FICCO servem de exemplo para todo o Brasil. “Uma quadrilha deste porte, com ramificações em todo o Brasil, e com atuação violenta, só pôde ser desarticulada com a atuação conjunta de forças. Esta é uma grande experiência”, disse sobre a Força Integrada.
O secretário adjunto da Defesa Social de Minas, Rodrigo de Melo Teixeira, também ressaltou a importância do trabalho conjunto. “Todos unidos e respeitando a atribuição legal de cada um. Este é o caminho para a segurança pública do estado e é o que a sociedade pede”.
Para os representantes das polícias Militar e Civil, - comandante da 9ª Região Integrada de Segurança Pública (9ª RISP), Cel. Volney Halan Marques e delegado Hugo e Silva, coordenador de Investigações e Polícia Judiciária da Polícia Civil - a integração é o caminho para o combate à criminalidade em Minas Gerais e no Brasil.
Assessoria de Comunicação Social da PRF, com informações da SEDS MG