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Publicado em 17-11-2015 00:00
Aconteceu nesta sexta-feira, 13 de novembro, o julgamento do crime de homicídio em que matou o Bombeiro Militar Gislei de Oliveira Reis, morto com vários disparos de arma de fogo, no dia 11 de junho de 2012, por volta de 21h30, na porta de sua residência localizada na rua Ernesto Nogueira de Lima, no bairro Alvorada em Araxá. Os acusados do crime são a sua ex mulher Kelly de Lima Alves Soares, hoje com 31 anos, que segundo as investigações seria a mandante e quem teria arquitetado todo o crime, e seu amante Jusmar Júnio Martins, hoje com 25 anos, autor dos disparos que teria matado o Bombeiro Militar.
O ministério público (MP) de Araxá, denunciou o casal, sendo a denúncia aceita pelo excelentíssimo juiz de direito da vara criminal, Dr. Renato Zouain Zupo, pela suposta prática de crime de homicídio triplamente qualificado pelo motivo torpe, meio cruel e que dificultou a defesa da vítima, o Bombeiro Militar Gislei Oliveira Reis. Porém os advogados de defesa do réu, Dr. Leuces Teixeira Araújo, Dr. Antônio Ricardo e pela Dra. Juliana Castejon, conseguiram através de uma decisão judicial que o julgamento fosse desmembrado e que o seu cliente Jusmar Júnio fosse julgado separado de Kelly de Lima. O Ministério Público neste julgamento foi representando pelo promotor de justiça Dr. Fabio Valera.
O último julgamento do Tribunal do Júri deste segundo semestre em Araxá, durou por mais de dez horas, onde foram ouvidas várias testemunhas entre acusação, defesa, como familiares, amigos do réu e da vítima e policiais civis que realizaram a investigação também foram ouvidos. O julgamento iniciou com os trabalhos do excelentíssimo juiz de direito, Dr. Renato Zupo, com a presença de vários Bombeiros Militar fardados, inclusive amigos que estavam no dia do crime com a vítima, familiares e amigos do acusado também estavam presentes.
As testemunhas de acusação e defesa, foram interrogadas por cerca de nove horas, pelo excelentíssimo juiz, pelo promotor, pelos advogados de defesa e pelo conselho de sentença (jurados). Foram ouvidos amigos, uma mulher que teria tido um relacionamento amoroso com Jusmar, e o pai do acusado, as amigas relataram ao juiz que o acusado seria uma boa pessoa, que a vítima Gislei estaria indo atrás dele e de seus familiares, inclusive com uma foto do acusado, porque o acusado teria se relacionado com sua esposa Kelly, disseram também que o acusado antes do crime e de ser preso, era uma pessoa trabalhadora, e que ele não sabia manusear um revólver. Uma amiga de Kelly, disse que chegou a levar ela ao Ministério Público de Araxá para ela denunciar o Bombeiro, pois segunda Kelly constantemente era agredida por ele, que a deixava amordaçada a poder de remédios, porém nenhum boletim de ocorrência foi feito sobre este fato e no dia elas não conseguiram falar com o promotor de justiça, pois ele estava em uma audiência. O promotor procurado na época, é o mesmo promotor presente neste julgamento.
Seu pai em interrogatório, disse quase as mesmas coisas que as amigas de Jusmar, e que quando ele ficou sabendo que seu filho estaria andando com mulher casada, pediu para o filho parar com o ato e conversar com a mulher do bombeiro, porém disse ao Juiz que Kelly sempre procurava seu filho, inclusive certa vez teria até conhecido um filho do casal, pois Kelly teria aparecido em sua residência na fazenda para visitar Jusmar, disse que após o crime notou que uma movimentação de veículos estava ocorrendo próximo a sua fazenda e que neste período ficou temendo pela sua vida e de sua família, pois segundo ele teria ficado sabendo que o filho era o autor dos disparos de arma de fogo que matou o Bombeiro, em seguida finalizou dizendo, que não acredita até hoje, que o filho fez uma besteira desta na vida dele.
Após os depoimentos das testemunhas, familiares e dos Policiais Civis, o réu Jusmar Júnio, prestou seu depoimento sendo interrogado pelo excelentíssimo juiz, disse que matou o Bombeiro Militar para não morrer, que teve sim um relacionamento amoroso com a esposa do Bombeiro, e que teria se apaixonado por ela, porem ela não teria te falado que era casada e que quando ficou sabendo, disse a ela que não queria mais viver com “rolo”, e quando ela resolvesse a sua vida e se separar, eles voltariam a conversar, disse que estava sendo perseguido pela vítima, inclusive pessoas o encontraram na rua e disseram a ele que o Bombeiro estaria andando com uma foto dele o procurando, disse que estava temendo que algo acontecesse com seus pais e pessoas de sua família, em seguida finalizou dizendo que se arrependeu doque fez e que ainda gosta de Kelly. Perguntado sobre o crime, ele disse que acretida que o Bombeiro teria um dinheiro de um seguro para receber, o acusado disse que não sabia de nada sobre isso e que Kelly nunca teria falado nada com ele sobre tal fato.
Finalizado os trabalhos dos interrogatório das testemunhas, foi aberta a fase de debates entre promotoria e advogados de defesa. A promotoria iniciou com o Dr. Fabio Valera, mantendo a acusação ao réu de suposta prática de crime de homicídio consumado e qualificado pelo motivo torpe, meio cruel e que dificultou a defesa da vítima Gislei, que a figura da instituição Corpo de Bombeiros é querida e amada por toda a população, e que Araxá perdeu um grande profissional, que se estivesse vivo com certeza estaria salvando vidas. O promotor também destacou por várias vezes que a vítima tentou por várias vezes salvar seu casamento, que era apaixonado por sua ex esposa Kelly, que montou uma loja para sua mulher, porém a empresa só estava dando despesas a ele e sempre estava no vermelho, que o Bombeiro foi morto na “tocaia”, pois não sabia que o acusado o estava escondido o esperando, Também destacou que Kelly teria ligado para a vítima e pedido para ele chegar as 21h30 em ponto na residência, pois precisava conversar com ele, o crime ocorreu neste horário, e finalizou pedindo ao conselho de sentença (jurados), que condenasse o acusado e que o crime foi como uma punhalada na sociedade.
Já a defesa do acusado com os advogados, Dr. Leuces Teixeira Araújo, Dr. Antônio Ricardo e pela Dra. Juliana Castejon, rebateram e defenderam que o acusado agiu para não morrer, que estaria sendo ele e sua família ameaçado pela vítima, disse que a vítima não era este homem que demostrava, que era agressivo, batia em sua mulher constantemente e era um homem que não queria salvar hora alguma seu casamento, pois não diferente de sua esposa, também tinha relacionamentos amorosos fora de seu casamento, que seu cliente não matou o Bombeiro na tocaia e pelas costas, questionou os meios de investigações da Policia Civil de Araxá, inclusive os laudo pericial realizado no corpo da vítima. Os advogados finalizaram pedindo ao conselho de sentença, que desconsiderasse as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel e que dificultou a defesa da vítima.
Finalizados os debates entre promotoria de justiça e advogados de defesa, o excelentíssimo juiz de direito, Dr. Renato Zouain Zupo, se reuniu com os jurados em sala secreta, por quase uma hora, e após votação, leu a sentença onde os jurados por maioria, disseram sim ao quesito de autoria e materialidade do crime, não ao quesito absolutório, sim aos quesitos das qualificadoras por motivo torpe e por meio cruel e do recurso que dificultou a defesa da vítima. Diante da decisão majoritária dos jurados, o magistrado condenou o réu Jusmar Júnio Martins, de 25 anos a 15 anos de prisão em regime fechado, pelo crime de homicídio qualificado, por motivo torpe e meio cruel, e que dificultou a defesa da vítima, o Bombeiro Militar Gislei Oliveira Reis, morto aos seus 38 anos, com disparos de arma de fogo. O réu retornou ao presídio de Araxá para o cumprimento de sua pena.
Confiram todas as fotos dos bastidores deste julgamento na galeria de fotos abaixo.